Introdução
Nesta aula, exploraremos os detalhes da interpretação musical da icônica canção ‘Pra Não Dizer que Não Falei das Flores’ de Geraldo Vandré. Esta peça, tão emblemática na história da música popular brasileira, será abordada no tom de Mi Menor (Em), oferecendo uma introdução perfeita para aqueles que desejam aprimorar suas habilidades no violão.
O foco será em aspectos essenciais como acordes, tempo e ritmo. Embora a música utilize apenas dois acordes – Em e D – a simplicidade aparente se combina com um compasso ternário, que propõe um desafio técnico ao mesmo tempo que uma experiência musical gratificante. A melodia é rica em nuances e exige uma atenção especial à execução, tornando-a ideal tanto para iniciantes buscando aprender novos ritmos como para músicos mais experientes que desejam uma peça para meditar sobre a expressividade musical.
Vamos examinar a harmonia subjacente e discutir como a progressão de acordes contribui para a atmosfera evocativa da canção. Além disso, exploraremos o compasso e o tempo específico, analisando como o compasso ternário adiciona uma dimensão rítmica envolvente. Esta combinação de fatores proporciona uma aula completa que não só ensina como tocar a música, mas também abre uma janela para entender a profundidade musical da obra de Vandré.
Prepare seu violão e ajuste-se ao tom de Em para mergulhar nessa jornada musical. Seja você um novato no mundo do violão ou um músico veterano, esta canção oferece uma oportunidade única de conectá-lo com a riqueza cultural da música brasileira, ao mesmo tempo que desenvolve suas habilidades técnicas e interpretativas. Vamos começar!
Visão Geral da Canção
‘Pra Não Dizer que Não Falei das Flores,’ uma das canções mais emblemáticas de Geraldo Vandré, emergiu no cenário musical brasileiro durante o turbulento período da ditadura militar nos anos 1960. Lançada em 1968, a canção rapidamente se tornou um hino de protesto, simbolizando resistência e esperança para muitos brasileiros. Vandré, combativo e resistente à repressão, utilizou sua música como uma forma de voz e expressão contra a opressão política que assolava o país na época.
Musicada em um simples mas eficiente tom de Em (mi menor), ‘Pra Não Dizer que Não Falei das Flores’ se destaca pela sua acessibilidade, tornando-a fácil de ser reproduzida por muitos músicos e amadores. A estrutura musical da canção utiliza acordes básicos como Em e D, e a sua simplicidade harmônica é complementada pelo compasso 3/4, que confere à música uma fluidez e suavidade convidativa. Este formato não apenas facilita a execução da melodia, mas também ressoa profundamente com o público, sendo facilmente memorizável e cantada em uníssono em diversos protestos e manifestações.
Mais do que uma obra musical, a canção tem profunda importância cultural e política. As suas letras poéticas, carregadas de críticas sociais veladas, encorajam a mobilização coletiva e protestam contra as injustiças. Vandré emprega imagens líricas poderosas para evocar sentimentos de solidariedade e resistência, algo que reverbera até hoje, décadas após sua criação.
‘Pra Não Dizer que Não Falei das Flores’ transcendeu seu tempo e continua sendo estudada como um ícone da música de protesto no Brasil. Sua relevância histórica e cultural persiste, servindo como um lembrete do poder da música em unir e galvanizar pessoas em face da adversidade. Este legado faz da canção uma peça fundamental no repertório de quem deseja entender a conexão entre música e movimentos sociais no Brasil.
Acordes Básicos: Mi Menor (Em) e Ré Maior (D)
Dominar os acordes de Mi Menor (Em) e Ré Maior (D) é fundamental para tocar a música ‘Pra Não Dizer que Não Falei das Flores’ de Geraldo Vandré no tom de Em. Estes acordes, embora simples, são a base estrutural da canção e sua correta execução é essencial para manter o fluxo melódico.
Para tocar o acorde de Mi Menor (Em), posicione seus dedos da seguinte maneira: coloque o dedo médio (2) na segunda casa da quinta corda (Lá), e o dedo anelar (3) na segunda casa da quarta corda (Ré). As outras cordas devem ser tocadas soltas. Este acorde permite que todas as seis cordas do violão sejam soadas, criando um som pleno e ressonante. O desenho do Em é relativamente simples, mas desempenha um papel crucial na harmonia da canção.
Por outro lado, o acorde de Ré Maior (D) requer um posicionamento ligeiramente diferente. Coloque o dedo indicador (1) na segunda casa da terceira corda (Sol), o dedo médio (2) na segunda casa da primeira corda (Mi), e o dedo anelar (3) na terceira casa da segunda corda (Si). Aqui, você deve prestar atenção para tocar apenas as cordas da quarta à primeira. A quarta corda (Ré) é a mais baixa que deve ser tocada. Este acorde possui uma sonoridade mais curta e brilhante, complementando os acordes maiores em canções no tom de Em.
Para facilitar as transições entre Em e D, pratique movimentos lentos e deliberados, focando na precisão dos dedos. Uma dica útil é manter os dedos próximos às cordas, evitando movimentos longos que podem desacelerar a troca. Além disso, lembre-se de ajustar a pressão dos dedos nas cordas para assegurar uma execução clara dos acordes.
A prática regular desses acordes não apenas aprimora seu desempenho na música de Geraldo Vandré, mas também melhora seu desenvolvimento geral como violonista, facilitando a execução de uma ampla gama de canções que utilizam essa combinação básica de acordes.
Compasso Ternário: Entendendo 3/4
O compasso ternário, conhecido como 3/4, é um tipo de compasso bastante utilizado na música e possui uma característica distintiva: três tempos por compasso. Cada um desses tempos ou pulsos é de igual duração, criando um ritmo fluido e contínuo que pode ser identificado facilmente pela sua cadência. No compasso 3/4, as batidas são contadas como “um, dois, três” repetidamente.
Para identificar o compasso 3/4 na prática, podemos começar por ouvir e contar os batimentos em músicas que utilizam essa estrutura rítmica. Um exemplo clássico é a valsa, que frequentemente utiliza o 3/4, onde cada parte da batida é uniformemente espaçada, dando uma sensação rítmica de “um, dois, três”. No contexto da música “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores” de Geraldo Vandré, também encontramos essa divisão, sendo crucial para a sua interpretação no violão.
Uma maneira prática de contar o compasso 3/4 enquanto toca violão é marcando cada tempo com uma batida específica ou movimento do dedo. O primeiro tempo (ou batida) é geralmente mais forte ou acentuado que os seguintes, representando o “um” enquanto os tempos “dois” e “três” são geralmente menos acentuados. Pode-se praticar contando “um, dois, três” enquanto toca, movimentando o braço de cima para baixo para o “um”, de baixo para cima para o “dois”, e de cima para baixo novamente para o “três”.
Visualmente, imaginar um compasso como um círculo dividido em três partes iguais pode ajudar na compreensão e execução da estrutura 3/4. Existem também muitas ferramentas online e metronomos que podem auxiliar na prática, oferecendo batidas audíveis que facilitam a contagem e garantem precisão rítmica. Usar essas ferramentas pode melhorar significativamente o entendimento e a execução do compasso ternário, tornando a performance de “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores” ainda mais autêntica e musicalmente correta.
Estrutura da Música: Sequência de Acordes
A música “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores” de Geraldo Vandré é estruturada em uma sequência de acordes relativamente simples, mas eficaz, que contribui para a sua melodia cativante. A canção inicia com dois compassos de Mi Menor (Em), seguidos de dois compassos de Ré Maior (D). Esta alternância entre os acordes de Em e D cria uma base harmônica sólida que suporta toda a estrutura melódica da composição.
A repetição constante desses acordes ao longo da música proporciona uma sensação de continuidade e fluidez. O uso do acorde menor, Em, complementado pelo acorde maior, D, cria um contraste harmonioso que enriquece a progressão musical. Este padrão é facilmente assimilado por iniciantes no violão, ao mesmo tempo em que permanece interessante para músicos mais experientes devido às nuances que podem ser exploradas dentro dessa estrutura simples.
A tabela a seguir ilustra a sequência de acordes ao longo da música:
Sequência de Acordes:
Essa sequência simples de dois compassos de Em seguidos por dois compassos de D continua ao longo de toda a música, fornecendo uma base rítmica estável e repetitiva. Esta estrutura é uma das razões pelas quais “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores” se tornou tão icônica, permitindo que sua melodia e mensagem ressoem com clareza e propósito. Músicos de todos os níveis podem aprender e apreciar essa canção, utilizando sua progressão para trabalhar técnica e sensibilidade musical.
Padrão de Ritmo: Batidas e Dinâmica
O padrão de ritmo de “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores” de Geraldo Vandré, tocado na tonalidade de Em, é um componente essencial para capturar a essência da música. Este padrão específico é dividido em três tempos. No primeiro tempo, realiza-se uma série de duas batidas: uma batida para baixo e outra para cima. Da mesma forma, no segundo tempo, também temos uma batida para baixo seguida de uma batida para cima. Finalmente, no terceiro tempo, há apenas uma batida para baixo. Este ciclo é repetido ao longo da música.
Um diagrama que ilustre esse padrão ajudará a visualizar o ritmo:
Tempo 1: ↓↑
Tempo 2: ↓↑
Tempo 3: ↓
Para tocar esse padrão de ritmo com precisão, é crucial entender a dinâmica e a ênfase de cada batida. No primeiro tempo, a batida para baixo é executada de maneira mais marcante, enquanto a batida para cima é um pouco mais leve. Esse mesmo princípio se aplica ao segundo tempo. No terceiro tempo, a única batida para baixo deve ser executada com uma ênfase moderada, dando a sensação de encerramento do ciclo rítmico antes de reiniciar.
Aqui estão algumas dicas específicas para aprimorar a execução do padrão de ritmo:
- Mantenha uma pegada firme e relaxada para garantir que cada batida seja clara e distinta.
- Pratique inicialmente em um ritmo mais lento para garantir a precisão de cada batida.
- Uma vez que o padrão esteja firme, acelere gradualmente até chegar ao tempo desejado da música.
- Use um metrônomo para manter o tempo consistente.
- Observe a emoção da música e ajuste a intensidade das batidas de acordo com o sentimento que a letra e melodia transmitem.
Dominar este padrão de ritmo é fundamental para tocar “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores” de maneira autêntica e expressiva. Com prática e atenção aos detalhes, você poderá captar a essência da canção e transmitir sua mensagem poderosa por meio da sua interpretação no violão.
Técnica de Mão Direita: Dicas de Execução
Para tocar a canção “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores” de Geraldo Vandré no tom de Em com precisão, a técnica da mão direita é crucial. Inicialmente, é importante decidir entre usar uma palheta ou optar pela técnica fingerstyle (dedilhado). A escolha depende do som desejado e da preferência individual. A palheta pode proporcionar maior clareza nas batidas, enquanto o fingerstyle pode conferir um toque mais suave e intimista à melodia.
Se optar por usar uma palheta, segure-a entre o polegar e o indicador, de maneira firme mas relaxada, para permitir fluidez nos movimentos. A palheta deve ser posicionada de forma que apenas a ponta toque as cordas, o que ajuda a manter o controle e evitar notas indesejadas. Ao tocar, mantenha o pulso solto e movimentando-se de forma natural para criar um ritmo uniforme e suave.
Por outro lado, se preferir usar os dedos, adote a técnica conhecida como ‘dedilhado alternado’. Isso envolve utilizar o polegar para tocar as três cordas mais graves (E, A, D), enquanto o indicador, médio e anular tocam as cordas G, B e e, respectivamente. Esta técnica ajuda a garantir que cada nota soe de maneira clara e com controle rítmico preciso. Para ambas as técnicas, é essencial manter o braço e o pulso relaxados, para evitar tensão muscular que pode prejudicar a execução e causar fadiga.
Exercícios práticos são fundamentais para aprimorar o controle rítmico e a precisão. Um exercício recomendado é o ‘batida constante’, onde você toca a mesma sequência de acordes repetidamente, focando na regularidade e consistência do ritmo. Outro exercício eficaz é alternar entre tocar com palheta e com os dedos durante a prática, ajudando a desenvolver versatilidade e adaptabilidade nas técnicas da mão direita.
Ao dominar estas técnicas, a execução de “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores” será mais fluida e precisa, permitindo que a interpretação da canção seja fiel à sua essência original.
Praticando a Canção: Acompanhando com o Vídeo
Utilizar o vídeo fornecido como uma ferramenta de prática é uma maneira eficaz de aprender a tocar “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores” de Geraldo Vandré no tom de Em. Primeiramente, é importante dividir a canção em partes menores. Isso facilita a assimilação das progressões de acordes e a memorização das letras e melodias. Muitos estudantes encontram sucesso ao separar a música por versos, refrãos e partes instrumentais.
Comece tocando devagar junto com o vídeo, prestando atenção nas transições entre os acordes. Dominar essas mudanças em um ritmo mais lento ajuda a garantir que cada acorde seja tocado de forma limpa e precisa. À medida que você se sentir mais confortável, aumente gradualmente a velocidade. A prática constante com o vídeo ajudará a desenvolver a fluência e manterá você no tempo certo. Estabeleça metas diárias ou semanais, como tocar uma parte sem erros antes de seguir para a próxima.
Monitorar seu progresso é fundamental. Grave suas sessões de prática e compare com o vídeo original. Isso permitirá identificar áreas para melhoria, corrigir qualquer erra comum, como falhas na transição de acordes ou na corda errada, e ajustar suas técnicas conforme necessário. Corrigir esses problemas desde o início evita que se tornem hábitos difíceis de eliminar no futuro.
Encourage-se a tocar junto com o vídeo sempre que possível. Isso não apenas reforça o aprendizado das progressões de acordes e da estrutura da canção, mas também melhora sua capacidade de tocar em conjunto com outros músicos, uma habilidade valiosa para qualquer violonista. A repetição é um componente chave do aprendizado musical, e tocar repetidas vezes com o vídeo fortalecerá sua memória muscular e sua capacidade de tocar a canção com confiança.
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